quinta-feira, 5 de julho de 2012

Expressão de potenciais


“O que você faz na Comunidade SER?”. Para nós, essa é uma pergunta muito difícil de responder. Os membros da Comunidade SER não têm, em geral, funções ou profissões rigidamente definidas. Cada pessoa trabalha e cria os projetos que quer, sozinho ou em grupo, a partir de seus potenciais essenciais, ou seja, de seus talentos e vocações, que podem variar muito. A Dani, que cuida das contas a pagar e a receber, é também professora de yoga, produtora dos cursos e eventos da Comunidade, e cão-terapeuta voluntária. O Guga é educador social em projetos comunitários, consultor em liderança em empresas, escreve livros infantis e é um dos que mais cuida dos cardápios para as refeições comunitárias.

Como cada um procura seguir seu próprio fluxo, colocando-o a favor do fluxo comunitário, na Comunidade SER também não existem horários de trabalho pré-definidos. O único momento “fixo”, e mesmo ele não é tão rígido assim, são as reuniões semanais de comunidade, que acontecem às quintas-feiras à tarde. Por isso, cada membro cria sua própria jornada de trabalho, respeitando, na medida do possível, seu bioritmo: tem gente que gosta de acordar bem cedo, gente que prefere trabalhar até tarde, gente que vem todos os dias para o espaço comunitário, gente que só aparece de vez em quando. E todo mundo consegue dar conta do que precisa, de um jeito mais leve, e não se incomoda em trabalhar à noite ou de fim de semana, porque quando isso acontece, não é uma obrigação, mas uma escolha.

É claro que reconhecer e ter recursos para expressar todos os nossos potenciais, bem como perceber e respeitar o próprio biortimo, não é algo tão fácil assim, e tem sempre algumas pessoas que têm mais clareza do que realmente querem do que outras. Além disso, às vezes o ritmo coletivo “atropela” o ritmo individual. Por isso, a Comunidade SER está sempre alerta para trazer à tona os incômodos e as vontades de cada membro, para que cada um possa ir se descobrindo e se respeitando e para que o coletivo e o individual estejam, cada vez mais, um a serviço do outro.

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